quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
Tenso
Lá vem vindo ele
em minha direção,
está cada vez mais perto,
um olhar rápido,um sorriso
sem graça,uma cara de surpresa.
E chegou ele,
com um abraço manso;
a delicadeza é tanta
que quase não consigo sentir
o seu toque,apenas o teu cheiro,
o teu singular aroma.
Eu tentei não largar
mas a distância é necessária.
E lá vai ele,
quero pedir pra ficar,
mas cadê as palavras que
não saem da minha boca?
Está cada vez mais distante,
eu preciso tomar uma atitude...
Um, dois, três passos
e num momento desesperador
ele me olha novamente,
meu coração acelera,
procuro algo na mente pra falar
antes que ele vá embora,
Penso, penso, penso...
E lá vem vindo ele em
minha direção,
está cada vez mais perto,
um olhar fixo, minha face agora
já não tem mais feição.
E chegou ele mais uma vez
E chegou ele, sem nenhuma
palavra dada roça suavemente
seus lábios nos meus,
mas Diante de tal façanha
repentina,desvio meu rosto
fugindo,porém antes mesmo
que ele possa desistir,
volto a face e o beijo,
agora sem nenhuma distância
Um, dois, três segundos...
E o beijo acanhado vai
ficando pra trás.
Não quero que vá,
espere mais um pouco.
O que faço? Ele ta desistindo,
tá acabando, mas tão rápido?
E ele se afasta e antes de ir
beija minha mão. Que meigo!
E lá vai ele
Agora Com um sorriso
voltando o olhar diversas vezes
como quem diz que vai voltar.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
A busca
Clarisse era uma criança calma e adorava brincar com seus colegas da escola, conversava com todos da vizinhança, mas nos últimos dias ela andava muito brava e mau-humorada.
Havia chegado na escola em que Clarisse estudava, um novo professor e a pobre criança se deixou enfeitiçar pelo carinho e total atenção que o professor lhe dava, acabou por se apaixonar.
Devido a essa paixão exacerbada que a consumia pouco a pouco, a menina decidiu sair a procura do futuro, pois queria de qualquer forma crescer e viver junto de seu amado. Saiu da cidade seguindo por uma estrada e após ter caminhado durante um longo período de tempo, viu uma cabana e em frente a ela um velho sentado em uma cadeira, e ao vê-la perguntou:
_Para onde vai menina? assim, sozinha?
_O senhor sabe aonde está o futuro?
_Antes de qualquer coisa, entre, coma algo, pois vejo que você está muito cansada da viagem.
Ali a menina permaneceu alguns meses, até decidir voltar pra casa, quando já tinha alcançado seu objetivo, pois o velho lhe contou todas suas experiências de vida, desse modo ela encontrara o futuro. O reencontro com a família foi emocionante, mas o que realmente importava era ver novamente o seu grande amor.
AO chegar na escola, vendo seus amigos e o professor, a menina tenta impressionar com palavras difíceis e atitudes mais maduras. O professor decidiu contar para os alunos o que o motivou trabalhar com crianças:
_O que mais me fascina é a simplicidade, a felicidade e principalmente a inocência que uma criança carrega.
Pobre menina, toda sua busca foi em vão, pois agora a inocência ela já tinha perdido, seria possível agora modificar o passado?
domingo, 31 de outubro de 2010
Realidade
Outro dia ao andar pelas ruas da minha cidade acompanhada de um amigo, vi um homem comportar-se estranhamente: vagando sem destino aos prantos, vestido apenas com cuecas, gritando como se procurasse algo ou alguém, eram frases incompreensíveis. Em um dado momento ele suplica por ajuda, mas ninguém sabe por quê e nem ao menos preocuparam-se em aproximar-se, pois o modo como estava vestido causava repugnância(receio) na população. Muitos dos que estavam ali o chamavam de "marginal", pois acreditavam que tal homem estava sobre efeito do álcool ou de alguma droga ilícita, tinha também aqueles que dissessem que ele estava sobre a ação do demônio.
Ao longe via-se uma senhora a chamar por ele, porém ele nada ouvia, ao conseguir aproximar-se dele "filhinho está aqui mamãe" e ele volvendo o olhar para ela "minha mãe" e abraço-a fortemente antes de cair ao chão onde se contorcia e continuava a gritar. Policiais militares chegaram nesse momento e começaram a o insultar, mandando-o entrar na viatura, ao mesmo tempo a mãe "defendia" seu filho, pois talves a solução para o problema do pobre rapaz fosse apenas um remédio ou cuidados médicos e não grosseria e brutalidade, como os policiais achavam que era.
Não sei como terminara essa situação, possivelmente os policiais o tenha levado não sei aonde, mas entendi que dentro de uma sociedade, onde há uma extrema diversidade, existe também diversos tipos de preconceito, ninguém busca se aceitar nem ao menos compreender o outro. Contudo não condeno as pessoas por estarem julgando sem saber ao certo o que aconteci, pois hoje é muito comum se ver certos vícios e sermos diretamente afetados por eles, sofremos a todo momento com a propagação das drogas. Também não tiro a razão dos policiais , visto que eles foram formados para seguirem esse tipo de comportamento, é apenas uma arma de defesa que eles encontraram para se protegerem, e é bem cabível que ninguém queria ver o que sucedera com o rapaz, a não ser a pobre mãe aquela que tinha um semblante cansado e naquele momento preocupado, desesperando, roupas sujas do trabalho diário, uma beleza maltrada talvez pelos deveres que ela deva ter com a casa e principalmente com a família, com aquele pobre rapaz que acredito eu, só deveria ter problemas mentais. Alguma preocupação com a mulher? não, apenas em solucionar o problema que incomodava os demais "cidadãos", ela deveria estar sofrendo mais do que nunca, devido ao sofrimento irresponsável ou sem consciência do filho. Mãe, ninguém pensou nela, como fora a noite de sono dela naquela noite, será que conseguiu ao certo fechar os olhos?
Eu e meu amigo nesses poucos instantes nos vimos no silêncio da incerteza, da vergonha por não ter tido nenhuma atitude diferente daqueles que passavam juntamente conosco por aquele local, pena do pobre rapaz e mais ainda pela mulher, mas seria esse o sentimento certo? me questiono a todo momento e busco o certo, entretanto não o encontro.
sábado, 23 de outubro de 2010
Ás vezes me perco nos pensamentos...
A noite quando cai: uma casa silenciosa e escura, nem mesmo o vento posso ouvir, me perco nos devaneios, nos pensamentos incertos e inacabados, num congestionamento incessante, nostalgias relapsas e também contraditórias, imagino momentos entre eu e ele que nunca possam chegar a acontecer. Converso com ele, me disperso, me distorço, me despido. Não me acabo em amarguras, mas me renovo esqueço os problemas, chego em todo lugar, suponho sempre, reflito sobre o social, a política, a minha economia, a felicidade como um todo, conto piadas, faço poemas. Depois deito, me envolvo, como se estivesse em seus braços e sonho, a partir dai não domino mais, meu inconsciênte cria sonhos, deixo meu sentimentos e desejos comandarem; que bom que ninguém me ouve.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Dia do poeta
Pobre de mim, onde não preciso de inspiração pra escrever, sei que sou diferente de tantos outros poetas, mas prefiro ser "eu" ter minha singular personalidade, sem precisar, muitas vezes, colocar meus sentimentos ou minha vida pessoal nos meus poemas, pois sou aderente daquele que diz que "para compreender um poema não é preciso conhecer a vida do autor", um bom poeta é aquele que não precisa de inspirações, mas somente papel, caneta, um conhecimento sobre o assunto e principalmente prazer em escrever.
Por isso, muitas vezes prefiro ficar só nas leituras, com Cecília Meireles, Carlos Drummond, Haroldo de Campos, João Cabral de Melo Neto, Ana Cristina César, Ascânio Lopes, Augusto dos Anjos, Cassiano Ricardo, Vinicius de Moraes. De vez em quando me arrisco, porém com a certeza de que ler é bem melhor do que mostrar minha estranhas criações aqui no blog, que só eu entendo, que tem somente significando o bastante para mim.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Estado de cólera
intrigo,
me desligo.
Assiduamente vivo,
brigo,
crio inimigo.
De repente vivo,
contigo,
invisível.
Constantemente vivo,
te ligo,
nada digo.
E indiscultivelmente vivo,
sozinho,
sem carinho,
eu e o copo de vinho,
amotinado,
abafado,
calado,
sozinho.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
O que é pra você a felicidade?
Quem não quer uma resposta? todos querem, mas se depender de mim essa questão permanecerá dentro de você. Pois só cabe a você, responder tal pergunta.
Carta ao meu amor.
sábado, 2 de outubro de 2010
Simplesmente amor
"Depois de muito tempo em um relacionamento, onde o encantamento (paixão), devido a longa jornada juntos, se acaba, e por diversas vezes ficamos sem entender por que isso acontece, tentamos encontrar as respostas nas falhas, porém a paixão fuminante que existia no inicio do namoro, aquilo que nos fazia esquecer de tudo e de todos, o querer estar junto...
o coração disparado, as mãos suadas...Tudo isso são sintomas que hoje a paixão já não traz, o amor acabou? pode ter certeza que não, pois o amor não acaba assim tão depressa, tão repentinamente, apenas aprendemos a lidar com os defeitos do outro e aceitá-lo assim como ele é, apredemos a gostar de um jeito deiferente, como diz Chico Buarque "Disse ele que agora/só me amava como esposa"[...], mas apesar disso o encantamento pode perdurar, vai depender dos dois e de suas iniciativas, o dejeso de reconquistar a pessoa amada e viver tudo aquilo novamente. "
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Meu erro - Hebert Viana
Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas...
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou...
Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria!
Ah! Meu Deus!
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone...
Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás...
Melhor do que sofrermos a cada encontro, é renunciar sonhos que talvez um dia não possam chegar a realização, e após um certo tempo, só iremos ter nos magoado ainda mais, mas tudo pode ser diferente, daqui por diante quem sabe no futuro distante, possamos nos encontrar outra vez e ver apenas momentos bons; nunca posso dizer que tenho certeza de certas decisões, porém posso sim afirmar que consequentemente, apesar do sofrimento que isto nos trará, o amadurecimento virá e acabraremos tendo uma melhor compreensão disso tudo e isso nos dará mais conforto, como dito na música, não adianta insistir numa situação que já tentamos por diversas vezes.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Foi só um sonho
Nós dois entrelaçados
Naquela noite, naquela cama
Cabendo em um mesmo espaço
E em mim o nascer da chama
Sua carne que me consumia diariamente
Lá, onde só eu habitava
Me enchia e me esvaziava
Sempre, sem parada, incansavelmente
E eu enfeitiçado com o teu encanto
Somente depois
Em um súbito engano
Percebi que nós dois
Não passou de uma quimera
Pois era meu sonho que você apodera
(Diomedes Fernandes)
Pe. Zezinho
Achei magnífico esse comentário do Pe. Zezinho, tenho quase certeza de que ninguém escreveria melhor sobre tal assunto, com simplicidade e educação, ele dá uma lição de sabedoria . Eu como cristã católica e crítica, me sinto na obrigação de postar isso em meu blog.
OS FLAUTISTAS E O DOM DAS LINGUAS
Eles questionam o mundo e alguns deles até questionam padres, bispos e teólogos quem não têm este dom, ou quem eles não consideram batizado no Espírito. Fraternalmente questionemos o dom das línguas e quem diz que o recebeu. Os evangelhos, as epístolas e a Igreja nos dão esse direito.
Existir, ele existe! Paulo disse que o possuía, mas pouco usufruía dele. Falava em línguas mais do que todos de Corinto, mas preferia exercer outros dons que também possuía. Achava-os mais úteis à comunidade. Está na carta de Paulo aos Coríntios (1 Cor 14, 2-39) Mais claro é impossível. Não entende quem não quer. Há dons melhores e maiores, mas não é um dom a ser minimizado e desprezado. Tem seu significado e a sua razão de ser, quando de fato é dom e quando o fiel que afirma possuí-lo, não está brincando de emitir sons estranhos. A Igreja já se pronunciou sobre isso, não uma: diversas vezes!
Comparemo-lo o dom das línguas ao dom da canção, que não deixa de ser uma forma de linguagem também dada pelo céu. No caso da inspiração para tocar e cantar, Deus às vezes dá o dom de compor, às vezes o de cantar , ou o de tocar, ou o de interpretar a canção de um outro. Tudo é dom, mas tem que ser trabalhado.
Há pessoas que não receberam o dom da canção. Tocam e cantam desafinados ou sem ritmo e nem percebem que estão fora do tom. Paremos de bajular um irmão que canta mal. Que procure e exerça outros dons, mas não este! Cabe aos irmãos e amigos dizer-lhes a verdade. Se insistir em tocar e cantar em público, vai destoar e pagar mico... Cantar ao microfone não é para todos. Orar em línguas também não é. Quem não tem o dom não brinque com ele. Quem o tem também não brinque!
Ponhamos 5 mil flautas nas mãos de 5 mil fiéis em oração. Peçamos a eles que louvem o Senhor, tocando alguma melodia. Vai haver uma algaravia de sons, mas como poucos têm o dom, uns poucos tocarão melodias harmoniosas que digam coisa com coisa. Os demais certamente arrancarão algum ruído da sua flauta, mas é o que será: ruído. Não será música!
Voltando ao dom das línguas, há irmãos e irmãs que certamente o possuem. Neles é dom e é som. Não há como negar. Sua vida, repleta de outros dons, também manifesta este. É bom para eles. Deus lhes dá esses eflúvios como consolo. Mas, como diz Paulo, falar em línguas é para o proveito pessoal, de quem certamente têm outros dons a oferecer à Igreja. O dom e o som de uma língua não conhecida conforta-os e os transporta a um estado de entrega que, no seu caso, parece fazer bem. Quem não fala em línguas terá outros consolos. Para servir o Espírito Santo não é preciso saber orar em línguas.
E há os outros. Não falam, mas agem como se falassem. Lembram o violonista que não toca direito, mas age como se tocasse. Devem ser questionados. Quem somos nós para julgar se possuem ou não o dom? Os mesmos que possuem o dom de interpretar porque leram, estudaram e também receberam um dom. Os mesmos que podem dizer de um cantor é afinado ou não é. No caso deles, não parece que entenderam o som que andam emitindo, às vezes influenciado pelos outros. Se todo mundo está tirando algum som da sua flauta porque não ele? Não é critério para tocar na igreja!
É isso! Ele tira um som porque outros também tiram. Som do céu é que não é. Mas, como temos visto poucos intérpretes nessas assembléias e Paulo continua desobedecido, fazem o som que bem entendem e chamam a isso de dom das línguas. Uns poucos mostram o dom. Eles mostram o som. Dos cinco mil flautistas uns 100 talvez consigam tocar uma melodia inteira. Os outros farão barulho, por mais que chamem a isso de música!
Eu disse isso uma vez numa assembléia e quase saí apedrejado. Acharam que não se pode comparar o dom das línguas com o dom de compor e cantar. E aí é que se enganam. O dom de línguas existe para edificar e o de cantar também. Se alguém toca mal, canta mal e desafinado, que tenha a humildade de pedir ajuda, e primeiro aprender o que é cantar e tocar para Deus. Também os que dizem ter o dom das línguas, primeiro aprendam o que significa possuir este dom. Nem o cantor deve brincar de cantar compor canções mal estruturadas e sem catequese, praticamente copiando o som e a letra dos outros, nem o que fala em línguas deve fazer de conta que seu som é um dom. Às vezes é apenas imitação do som de um outro.
quinta-feira, 18 de março de 2010
A arte de escrever cartas, organizado por Emerson Tin
Este espaço se pretende uma plataforma de lançamento ao diálogo. Disse o velho Nietzsche que ‘tudo o que é pensado por muito tempo torna-se suspeito’. Se é mesmo assim, aqui se poderá fazer o exercício do livre-pensar-acima-de-qualquer-suspeita. Porque, diferente de uma tese, um livro, um tratado, este se pretende apenas um portador de idéias a abordar. Sem nenhum compromisso com conclusões que perdurem por muito tempo – a menos que não reste alternativa.
A pauta principal do diálogo? As relações amorosas – o amor, a paixão, o desejo, o interesse de estar com o outro, a princípio tomados como sentimentos mais ou menos distintos, apenas às vezes coincidentes. Muito já se falou sobre isso. Mas não parece demais retomar.