quarta-feira, 30 de março de 2011

Ajuda-me


Viver procurando problemas, é algo mais ignorante do que não querer enxergá-los. Ver problema onde não tem, e até mesmo criá-los; como se eles podessem dar sentido a vida. O verdadeiro sentido da vida não vem das dificuldades, mas sim dos amores; o amor que quanto mais buscamos, mais ele nos foge das mãos ou do coração, aonde quer que o levemos ele sempre nos escapa, isso porque não podemos o levar sozinho, precisamos de mais alguém para que nos ajude a sustentá-lo, necessitamos do companheirismo para poder equilibrá-lo na dose certa, nem pra mais, nem pra menos, o ideal.

segunda-feira, 28 de março de 2011

00hs e 00min.



Eu estava gritando de aflição, mas ele não me ouvia. Precisava falar, mas quem me escutava não me respondia. Não queria ficar tão sozinha, por isso, a todo momento te procurava, porém sempre tinha algo que me impedia de falar. Sendo assim, você acabava esquecendo que eu tinha algo a dizer, mas era tantas as coisas que acumulou e aos poucos fui esquecendo, como na vida tudo se renova, RECOMECEI, agora já é muito tarde pra tentar me escutar.

#não tente entender, porque eu tentei te avisar.

domingo, 27 de março de 2011

ME CARREGA CONTIGO


Hoje me abraça como nunca abraçou, me beija como nunca beijou, me ama incondicionalmente, fala-me ao pé d'ouvido, nessa noite fria de lua cheia.
Me leva pra onde fores sem pestanejar, me traz flores vermelhas, me faz me apaixonar todos os dias, me escreve cartas, poemas, músicas...
Toma posse de mim, me faz sua.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quarta, quinta, sexta-feira... de Cinzas



A morte, súbita
sem aviso
Tudo se foi, tudo se foi
não é mais o mesmo
não o verei mais
um adeus sem retorno
Nem mesmo que me arrependa
nada poderá retornar
Tudo se foi, tudo se foi
o beijo que não foi dado
as palavras que não foram ditas...
Fui com vc
e restamos somente cinzas
no ontem, hoje e no amanhã.

"Viva o hoje sem pensar no amanhã"

segunda-feira, 7 de março de 2011

Para se divertir

Na Noite Terrivel

Na noite terrível, substância natural de todas as noites,
Na noite de insônia, substância natural de todas as minhas noites,
Relembro, velando em modorra incômoda,
Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida.
Relembro, e uma angústia
Espalha-se por mim todo como um frio do corpo ou um medo.
O irreparável do meu passado — esse é que é o cadáver!
Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão.
Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte.
Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures,
Na ilusão do espaço e do tempo,
Na falsidade do decorrer.

Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei;
O que só agora vejo que deveria ter feito,
O que só agora claramente vejo que deveria ter sido —
Isso é que é morto para além de todos os Deuses,
Isso — e foi afinal o melhor de mim — é que nem os Deuses fazem viver ...

Se em certa altura
Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro —
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente levado a ser outro também.

Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido,
Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo;
Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse;
Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas,
Claras, inevitáveis, naturais,
A conversa fechada concludentemente,
A matéria toda resolvida...
Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói.

O que falhei deveras não tem esperança nenhuma
Em sistema metafísico nenhum.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei,
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos,

Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca
Como uma verdade de que não partilho,
E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível p'ra mim.

Álvaro de Campos

sexta-feira, 4 de março de 2011

Saudade


Sinto saudade do tempo que andava só de calcinha, em que esse ato transparecia toda minha inocência, saudade de brincar de casinha, de fantasiar meus sonhos mais íntimos, de iludir-me com promessas alheias; saudade de correr ao redor da casa junto com os primos, fazendo a vovó correr atrás da gente com a vassoura mandado-nos parar; saudade de dançar ao som do violão e da voz do tio que atmbém adorava brincar junto com a gente de luta, fazendo assim com que toda a culpa da bagunça caísse sobre ele; saudade de cantar em cima da mesa, me sentindo em um palco onde a personagem principal seria eu; saudade do primeiro/eterno beijo que ainda hoje sinto-o, do jogo de queimada, das conversas idiotas; saudade da paixão fulminante, dos riscos que corria ao sair de casa só pra me encontrar com ele, dos encontros inesqueciveis cheios de desejos; saudade dos amigos que se foram, daqueles que esqueci, aqueles que a imagem do rosto já não me recordo mais; saudade das idas a praia e dos diálogos intermináveis sobre os mais diversos assuntos. Hoje sou o ideal pra mim, o incompleto perfeito, estou sempre em CONSTRUÇÃO e não me vergonho disso, sou as letras e mais letras nunca ditas e quero permanecer assim, com uma eterna nostalgia de mim mesma.

terça-feira, 1 de março de 2011

Ser Catequista


Deus dá a cada pessoa um dom, mas é necessário discernimento para utilizarmos esse dom de maneira certa, como o de propagar a mensagem de Deus a toda criatura, que por muitas vezes precisam tanto delas e nem percebemos. É com muita dedicação, doação e entusiasmo que dedicamos nossos dias a estudar, anunciar e praticar o evangelho conforme nossas possibilidades. Somos o exemplo, a imagem, o referencial pra jovens e crianças, afim de torná-las cristãs filmente católicas. Muitas vezes por mais árdua que seja tal missão, resistimos, permanecemos e seguimos, insistentemente anunciamos o amor que ele nos ensinou. Catequistas! exercemos um papel fundamental na vida de outras pessoas, pois trabalhamos junto a família de cada catequizando. Somos a continuação, somos mais um membro da família, pois contribuímos com a formação de um caráter. Desse modo, deixo aqui um poema de Cora Coralina que reflete bem o que somos:

Mascarados

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

Cora Coralina