domingo, 31 de outubro de 2010

Realidade


Outro dia ao andar pelas ruas da minha cidade acompanhada de um amigo, vi um homem comportar-se estranhamente: vagando sem destino aos prantos, vestido apenas com cuecas, gritando como se procurasse algo ou alguém, eram frases incompreensíveis. Em um dado momento ele suplica por ajuda, mas ninguém sabe por quê e nem ao menos preocuparam-se em aproximar-se, pois o modo como estava vestido causava repugnância(receio) na população. Muitos dos que estavam ali o chamavam de "marginal", pois acreditavam que tal homem estava sobre efeito do álcool ou de alguma droga ilícita, tinha também aqueles que dissessem que ele estava sobre a ação do demônio.
Ao longe via-se uma senhora a chamar por ele, porém ele nada ouvia, ao conseguir aproximar-se dele "filhinho está aqui mamãe" e ele volvendo o olhar para ela "minha mãe" e abraço-a fortemente antes de cair ao chão onde se contorcia e continuava a gritar. Policiais militares chegaram nesse momento e começaram a o insultar, mandando-o entrar na viatura, ao mesmo tempo a mãe "defendia" seu filho, pois talves a solução para o problema do pobre rapaz fosse apenas um remédio ou cuidados médicos e não grosseria e brutalidade, como os policiais achavam que era.
Não sei como terminara essa situação, possivelmente os policiais o tenha levado não sei aonde, mas entendi que dentro de uma sociedade, onde há uma extrema diversidade, existe também diversos tipos de preconceito, ninguém busca se aceitar nem ao menos compreender o outro. Contudo não condeno as pessoas por estarem julgando sem saber ao certo o que aconteci, pois hoje é muito comum se ver certos vícios e sermos diretamente afetados por eles, sofremos a todo momento com a propagação das drogas. Também não tiro a razão dos policiais , visto que eles foram formados para seguirem esse tipo de comportamento, é apenas uma arma de defesa que eles encontraram para se protegerem, e é bem cabível que ninguém queria ver o que sucedera com o rapaz, a não ser a pobre mãe aquela que tinha um semblante cansado e naquele momento preocupado, desesperando, roupas sujas do trabalho diário, uma beleza maltrada talvez pelos deveres que ela deva ter com a casa e principalmente com a família, com aquele pobre rapaz que acredito eu, só deveria ter problemas mentais. Alguma preocupação com a mulher? não, apenas em solucionar o problema que incomodava os demais "cidadãos", ela deveria estar sofrendo mais do que nunca, devido ao sofrimento irresponsável ou sem consciência do filho. Mãe, ninguém pensou nela, como fora a noite de sono dela naquela noite, será que conseguiu ao certo fechar os olhos?
Eu e meu amigo nesses poucos instantes nos vimos no silêncio da incerteza, da vergonha por não ter tido nenhuma atitude diferente daqueles que passavam juntamente conosco por aquele local, pena do pobre rapaz e mais ainda pela mulher, mas seria esse o sentimento certo? me questiono a todo momento e busco o certo, entretanto não o encontro.

2 comentários:

  1. amei *-* , seguindo.
    visita o meu tb? http://lermeuspensamentos.blogspot.com

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  2. Oi querida td bem? Amei seu blog. Tô seguindo.

    Poderia seguir o meu tbm?

    http://doce-meio-amargo.blogspot.com/

    Bjos

    Nina

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