sexta-feira, 4 de março de 2011

Saudade


Sinto saudade do tempo que andava só de calcinha, em que esse ato transparecia toda minha inocência, saudade de brincar de casinha, de fantasiar meus sonhos mais íntimos, de iludir-me com promessas alheias; saudade de correr ao redor da casa junto com os primos, fazendo a vovó correr atrás da gente com a vassoura mandado-nos parar; saudade de dançar ao som do violão e da voz do tio que atmbém adorava brincar junto com a gente de luta, fazendo assim com que toda a culpa da bagunça caísse sobre ele; saudade de cantar em cima da mesa, me sentindo em um palco onde a personagem principal seria eu; saudade do primeiro/eterno beijo que ainda hoje sinto-o, do jogo de queimada, das conversas idiotas; saudade da paixão fulminante, dos riscos que corria ao sair de casa só pra me encontrar com ele, dos encontros inesqueciveis cheios de desejos; saudade dos amigos que se foram, daqueles que esqueci, aqueles que a imagem do rosto já não me recordo mais; saudade das idas a praia e dos diálogos intermináveis sobre os mais diversos assuntos. Hoje sou o ideal pra mim, o incompleto perfeito, estou sempre em CONSTRUÇÃO e não me vergonho disso, sou as letras e mais letras nunca ditas e quero permanecer assim, com uma eterna nostalgia de mim mesma.

4 comentários:

  1. ah, fernanda...

    obrigado pelas palavcras elogiosas, pelo sentir! obrigado mesmo.

    beijos.

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  2. ha lembrei de minha infância . Tudo tão inocente !

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  3. Nossa amei! E me indentifiquei muito... sou uma pessoa assumida que morre de saudades da infância, da inocência, da felicidade PURA e sincera, saudades do tempo em que família não era um cuidar da vida do outro e sim um laço mais unido do que é hoje. Saudades de brincar que eu era uma sereia crendo fortemente que elas existiam... Ah tantas coisas que faz falta!
    E todos nós temos que assumir que estamos em construção, cada dia até para pessoas velhas é um novo aprendizado. Beijinhos

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