Lá no início da página 17 se lê que durante mais de dois mil anos escrever cartas foi o principal meio de comunicação a distância, que a carta torna os ausentes presentes. O fato é que em pouco tempo, a Internet trouxe outras possibilidades e as formas de comunicação se potencializaram, transformou-se a dimensão de ausente-presente. O que importa, na verdade, é o que move a mão que escreve e o olho que lê: o desejo de estabelecer diálogos. Seja por carta ou pela Internet ou de algum outro modo.
Este espaço se pretende uma plataforma de lançamento ao diálogo. Disse o velho Nietzsche que ‘tudo o que é pensado por muito tempo torna-se suspeito’. Se é mesmo assim, aqui se poderá fazer o exercício do livre-pensar-acima-de-qualquer-suspeita. Porque, diferente de uma tese, um livro, um tratado, este se pretende apenas um portador de idéias a abordar. Sem nenhum compromisso com conclusões que perdurem por muito tempo – a menos que não reste alternativa.
A pauta principal do diálogo? As relações amorosas – o amor, a paixão, o desejo, o interesse de estar com o outro, a princípio tomados como sentimentos mais ou menos distintos, apenas às vezes coincidentes. Muito já se falou sobre isso. Mas não parece demais retomar.